domingo, 11 de setembro de 2011

Veneza é dele

Além de Alexandre Sokurov, que com Faust desbancou Roman Polanski e seu Carnage, e A Dangerous Method de David Cronemberg na categoria Melhor Filme, o grande vencedor do Festival de Veneza, que acabou ontem, foi o ator Michael Fassbender. O alemão levou o Leão de Ouro por seu delicado papel em Shame, do inglês Steve McQueen, que retrata o drama de Brandon, homem viciado em sexo e que tem uma complicada relação com a irmã caçula, Sissy (Carey Mulligan).

É a segunda parceria entre Fassbender e McQueen, dono de uma estética elegante, que tem muito a ver com seu trabalho como artista plástico. O belíssimo primeiro filme de ambos, Hunger, mostra os dias da greve de fome do ativista político irlandês Bob Sands. Falei dele ano passado no Duelos y Delícias.



Apesar do primor de sua atuação em Hunger – que não foi exibido por aqui, mas é fácil de se encontrar para baixar – Fassbender ficou conhecido por seus trabalhos em Bastardos Inglórios, em que ele faz um pequeno papel como um oficial nazista) e em X-Man - First Class, no qual vive o jovem Magneto. A Dangerous Method, que também concorreu em Veneza, mostra Fassbender como o psicanalista Carl Jung e o triângulo amoroso dele com a paciente Sabina Spielrein (Keira Knihtley) e o colega-rival Sigmund Freud (Viggo Mortensen).

Tanta versatilidade somada à premiação com certeza abrirá portas para o ator, que dá mostras de um trabalho consistente ao transitar por diferentes gêneros e estilos de direção com a mesma força interpretativa. Ainda não há previsão de estreia das novas películas de McQueen e Cronemberg por aqui, mas esperemos que cheguem até o final deste ano. Se não, a internet está aí para nos ajudar os mais afoitos, como eu.